Letras et cetera - Revista Digital

No albergue da perpetuidade

Sorvi a fé na árvore da moléstia
numa mata escura.
Procurava o mel do destino
em zona proibida.
O Deus pássaro que ralhava
chacinou a minha sina,
misturando o pólen com veneno.

- O musgo por espinhos
A estrada por trevas fragosas. -

Poção que bebi das mãos do peixe que torturava
as folhas da minha escritura.
Agora estou em convalescência
no hotel da perpetuidade.

Uma alma fresca extraída dum corpo imundo.

Theófilo de Amarante