O minério é o resíduo da fogueira
ante-cinza o corpo que resiste
além do memento da metafísica.
É pedra brasa
resumo de vestido.
O esteio da casa
a culpa do ferido.
Um corpo sem capricho da sorte
que se une quando se desune
sem jamais ser cadáver.
É ferro de portão
elegante cajado.
O tapete do chão
a cama do magoado.
Um corpo com alma abstracta
que parte mas não se intimida
um pó que vive no silêncio.
Theófilo de Amarante

