Hoje pousei o meu derradeiro beijo no teu rosto.
Era noite,
quando te disse adeus!
Já dormias no arvoredo do passado
exigindo,
o sono eterno do desastre.
Não me estendi no teu caminho
pedindo a benção,
como um gavião sem navio,
à espera dum mastro para pousar.
Caminhei até ao centro do labirinto
onde se me acabou o clarão do cigarro,
única fonte de luz que tinha.
Ali fiquei sem rosa-dos-ventos
agarrado à febre que me alumia.
Nada espero deste dia,
nem dos demais,
Falta-me luz e oriente.
Theófilo de Amarante