Letras et cetera - Revista Digital

Amigo... um abraço

Um abraço até aos ossos
se as carnes estiverem ausentes
e a memória prescrita.

Sentirás na poalha
a húmida saudade
dos tempos da matéria animada.

Quando as peles se abreviavam no arrojo da vida
e éramos pilares da inferência.

Um abraço até ao finito do infinito.
Até aos limites do bem
ou do maldito.
Não interessa o espaço ou o tempo
que nos une ou nos separa
neste inusitado abraço.

Apenas
amigo...
Um abraço.

Theófilo de Amarante