Foram os pais da semente que adulteraram o sabor
das almas.
Acerejaram sangue de capangas.
Azularam veias de idiotas.
Escureceram negros, verdes
como grãos extraídos da terra
e lançados num caixão para apodrecer.
Antes do enterro.
Foram os padrinhos da vida que mecanizaram o útero
da sociedade.
Doutoraram bárbaros.
Criaram o paroxismo da carência.
Cozeram com fios políticos, as boca-lisas
que imploram ventos monótonos
nos quartos escuros da náusea.
Onde tudo existe e nada mexe.
Theófilo de Amarante