Quando um algum corpo falha
não é ele que se atrapalha
mas o seu espírito que vence.
Se a sua mecânica trabalha
crendo que é só poalha
que a um génio pertence.
O corpo será só escola
um invólucro sem bitola
que obedece à farra da cor.
Um corpo nunca se amola
como se carrega uma pistola
para uso ulterior.
Como no fio da navalha
o corpo valha-que-valha
deve superar o elástico
Morrer por morrer - na malha
que finde num chão de batalha
e leve com ele o fantástico.
Theófilo e Amarante ( Fernando Oliveira )